Os passageiros de um voo da Air Canada passaram oito horas a bordo de um Boeing 787-9 Dreamliner para decolar e pousar no mesmo lugar, tudo porquê um dos motores estava acelerando demais, à revelia dos pilotos.

Segundo o Avherald, no dia 16 de dezembro, um Dreamliner da companhia de bandeira canadense já estava a 34.000 pés de altitude (~11,5 km) sobre o Oceano Ártico, quando o motor esquerdo começou a agir de maneira errática.
Ao contrário do cenário mais comum, em que o motor é desligado em voo, desta vez um dos dois motores começou a acelerar sozinho, sem que houvesse comando do cockpit ou do piloto automático.
De maneira tempestiva e correta, os pilotos tomaram a decisão não prosseguir com o voo. Ao invés disso, depois de falar com seu comando e manutenção pela rede de comunicação da empresa, a equipe decidiu retornar a Toronto, de onde partiram havia quatro horas rumo à Pequim, no voo AC31. À bordo do jato, havia 297 pessoas entre passageiros e tripulantes.
O que os pilotos fizeram?
Para compensar a diferença de potência entre os dois motores, os pilotos reduziram o impulso geral no outro motor em 1,5 polegadas (3,81 cm) na alavanca de potência.
Em seguida, a tripulação técnica declarou “Pan, Pan”, que é parte da comunicação de emergência e indica que passageiros e tripulantes não estão em perigo iminente, mas a aeronave precisa retornar urgentemente ao aeroporto.

A partir daí foi gerenciar o voo de retorno de maneira a controlar a aceleração de ambos os motores para não gerar diferenciais e seguir para um pouso seguro, oito horas depois da decolagem. Os passageiros foram orientados a permanecer próximos até que uma aeronave fosse alocada para o voo, o que aconteceu cerca de três hora após o pouso em Toronto.
O TSB canadense informou que o problema acabou sendo o módulo do quadrante do acelerador. O módulo foi substituído e a aeronave agora está de volta ao serviço.
Air Canada voa com o Boeing 787-9 ao Brasil
A aeronave envolvida no incidente tem matrícula C-FRSE. É um avião bastante novo, com quase três anos de uso e tem a canadense como sua única dona até o momento.
Esse também é o modelo de aeronave que a Air Canada utiliza nos voos ao Brasil, em suas rotas de Toronto e Montreal para São Paulo, no entanto, a aeronave acima não vem para o nosso país há meses, estando principalmente alocada em voos para os Estados Unidos, Europa e Ásia.
Recentemente, a Air Canada teve outro caso semelhante, mas que não envolveu problemas com a aeronave. Nele, um avião teve que alternar de aeroporto duas vezes, transformando uma viagem de 2 horas em 36 horas.