Os reguladores da aviação norte-americana estão pedindo que seus semelhantes de todo o mundo façam mais para garantir que os pilotos das companhias aéreas sejam treinados em procedimentos manuais de emergência, que poderiam ter evitado dois acidentes fatais de aviões Boeing 737 MAX.
Segundo a Bloomberg, a Administração Federal de Aviação (FAA) está apresentando nesta semana um documento que escreveu em conjunto com o Canadá e outras nações, na qual destaca que a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), um braço das Nações Unidas, deve estudar as necessidades de treinamento e como melhorar os padrões mínimos.
O documento, que está em pauta na 40ª Assembléia da OACI nesta semana em Montreal, não menciona os acidentes que levaram ao aterramento do 737 MAX em março, mas o recém-empossado administrador da FAA, Steve Dickson, fez a conexão.
Enquanto a agência está examinando questões de projeto no avião que ajudaram a contribuir para os acidentes, “também precisamos dar uma olhada em como os pilotos interagiram com a máquina”, disse Dickson em uma entrevista em 19 de setembro.
“Achamos que é do interesse de todos, incluindo os fabricantes e os operadores, garantir que o padrão seja o mais alto possível”, disse ele. “Temos muito crescimento acontecendo ao redor do mundo, muitas pessoas novas entrando na aviação. Precisamos garantir que eles tenham as habilidades e os conhecimentos necessários para operar com sucesso no ambiente de aviação do século XXI.”
O documento cita estudos que mostram uma alta porcentagem de acidentes em todo o mundo devido, pelo menos em parte, a erros de voo manual e esses erros tendem a ocorrer como resultado de treinamento inadequado.
A FAA e outras agências identificaram tipos de treinamento em simuladores que poderiam ajudar, mas não foram incluídos nos padrões da OACI, afirma o documento. Como resultado, “pode haver um alto nível de variação na abordagem utilizada por estados individuais”, afirmou.
As investigações sobre os acidentes na costa da Indonésia e na Etiópia não foram concluídas, mas nos dois casos os pilotos fizeram uma série de erros na maneira como reagiram a falhas quase idênticas, segundo relatórios preliminares.