Já imaginou olhar pela janela da sala da sua universidade e deparar-se com um Concorde chegando só para trazer seus novos colegas de classe? Isso já aconteceu!
O fato ocorreu em 1998 no estado de Michigan e parou a cidade, que também é a casa do cereal mais famoso do mundo. Foi exatamente no dia 7 de março daquele ano, um dia ensolarado na pequena cidade do interior, a pacata Battle Creek.
A cidade, que fica no meio do caminho entre Chicago e Detroit, é conhecida nos EUA por ser onde surgiram os famosos cereais Kellogg, conhecidos no Brasil como Sucrilhos.
E no aeroporto que homenageia o fundador da fabricante de cerais, Will Keith Kellogg, o Concorde fez passagens baixas e pousou trazendo 16 alunos-pilotos (ou cadetes) da companhia aérea inglesa British Airways.
O motivo era simples: a British precisava de pilotos e queria treina-los na melhor opção possível, que combinasse qualidade, velocidade, segurança e custo. A resposta foi a Western Michigan University.
Você já deve ter ouvido falar nesta universidade se acompanha o nosso site. Foi nela que um professor decidiu colocar no seu exame final uma prova prática de trazer um Boeing 727 de volta à ativa.
São 80 anos do curso de aviação na Western, fazendo com que seja a terceira maior faculdade de aviação do mundo, e eleita diversas vezes entre as melhores dos EUA.
O Concorde G-BOAF decolou de Londres pela manhã rumo à Nova Iorque no voo regular com passageiros e os cadetes. Depois de Nova Iorque, voou em velocidade supersônica (porém abaixo de Mach 2) para Battle Creek, levando os alunos.
O contrato, no valor de $9 milhões de dólares em valores atuais, foi fechado naquele dia, visando atender duas turmas de 16 cadetes cada. No acordo estavam incluídos alojamento, alimentação, semestralidades do curso de Ciências Aeronáuticas e todo o valor referente às 250 horas de voo necessárias para a carteira de piloto comercial no Reino Unido.
A Western na época era a única universidade americana credenciada pela Agência de Aviação Civil do Reino Unido. Logo, os alunos formados lá não precisavam revalidar carteiras e certificados.
Após a celebração, o aeroporto foi aberto ao público local, que pôde chegar perto do Concorde. Duas horas depois, a aeronave foi reabastecida e decolou de volta para Nova Iorque.
A sua decolagem fez com que o entorno do aeroporto ficasse lotado, afinal, os vizinhos estavam acostumado com o tráfego de Cessnas e Pipers da universidade, além dos jatos de guerra A-10 Warthog da Guarda Aérea Nacional do Michigan, que são menores e nada supersônicos!
Com informações e fotos da Western Michigan University – College of Aviation