Quem passou pelo Aeroporto Internacional de Tel Aviv no último fim de semana teve a visão incomum de um grande Boeing 747-400ER “Jumbo jet” da Qantas ali estacionado. Por que a aeronave estava ali, se sabemos que não era um grupo de peregrinos?
Volta ao mundo em 20 dias
Esse é um passeio com duração de 20 dias, passando por vários lugares do mundo em um jato privado. Como já notamos, não é qualquer jato, pois fala-se de um Boeing 747, embora eu ainda tenha achado a agenda um pouco apertada para quantidade de destinos. O começo dessa volta ao mundo foi na semana passada. Tendo deixado Sydney, os passageiros já passaram por Seul, Jerusalém e Malta. Anteontem, eles estiveram em Barcelona e agora seguem a Cartagena, Cusco e Ilha de Páscoa, antes de voltar para a metrópole australiana.
Parece muito bom né? Agora, estou certo de que você quer saber quanto os viajantes pagaram, certo? Os pacotes estavam disponíveis para (quase) todos os bolsos e começaram em aproximadamente US$ 15.000 por pessoa, isso se você estivesse feliz em sentar na parte de trás do avião. Agora, se você quisesse desembolsar um pouco a mais, então poderia pagar aproximadamente US$ 50.000 por seu corpinho na classe executiva. E, obviamente, tudo com direito a milhas da Qantas.
São cerca de 300 exploradores, em cinco perfis de tarifa
A aeronave da turnê é o VH-OEE, também conhecida como Nullarbor, que está na frota da Qantas desde 2002 e voa regularmente para Tóquio, uma das poucas rotas restantes do 747. Antes, era comum vê-lo também na rota Melbourne-Los Angeles-NY. O jumbo em questão acomoda 364 passageiros, incluindo 270 passageiros na classe econômica, 36 na econômica premium e 58 na classe executiva. Não há uma primeira classe nesta aeronave.
Parece bastante simples, mas a Constellation Tours trabalhou com cinco categorias de tarifa. Todas elas totalmente inclusivas – com hotéis, refeições, bebidas, transfers, passeios, seguro de viagem, bagagem, um médico, gorjeta. O pacote de entrada incluía assentos econômicos, embora eu esteja curioso para saber o que isso significa. Mas, se você estivesse preparado para entrar com mais alguns milhares de dólares, poderia voar em um assento na janela ou no corredor garantido, assim como com um assento livre ao seu lado. Mesmo para a classe dos “remadores” (econômica), a Constellation prometeu um serviço de refeições e bar a bordo bem “aprimorado”.
Se você estivesse preparado para levar a sério a brincadeira e traumatizar seu cartão de crédito, “apenas” US$ 50.000 garantiriam um assento na Classe Executiva com todas as suas regalias, além de hotéis excepcionais e transferências de carro de e para o Aeroporto de Sydney.
Talvez uma única chance de voar no 747
A única coisa que deixou a desejar, se é que podemos dizer isso de um voo como esse, é o interior mais antigo que esse 747 possui. A executiva aina conta com as Skybeds, em vez das mais modernas suítes que equipam os A380 ou 787, por exemplo. São camas planas, mas a configuração é 2-3-2 no andar de baixo e 2-2 no andar de cima. Isso mesmo telespectador, cinquenta mil dólares e nem assim acesso direto ao corredor…
A Qantas tem uma frota de sete 747-400 restantes, mas já tem planos de tirá-los de operação em breve. Eles são usados em rotas partindo de Sydney para Santiago, Joanesburgo e Tóquio. A empresa frequentemente os utiliza como aeronaves substitutas, quando outras aeronaves titulares são temporariamente retiradas de serviço para manutenção.
Eles também têm um 747 ocioso que fica no pátio de Tóquio o dia todo, todos os dias, esperando seu voo de volta à noite. Com tal logística, a Qantas tem 747s suficientes para fretá-los com alguma frequência.