Um piloto de Boeing 787 Dreamliner do Quênia morreu por causa das complicações causadas pelo novo coronavírus, que ele contraiu após um voo de resgate. Ele virou herói no país.
O piloto Daudi Kimuyu Kibati tinha 61 anos e era comandante de Boeing 787 na Kenya Airways, companhia aérea de bandeira do Quênia. No último dia 23 de março, a Kenya Airways fez um voo de repatriação para retirar seus cidadãos da cidade de Nova Iorque, que rapidamente se tornava o novo epicentro da epidemia nos Estados Unidos.
O voo foi um dos últimos a serem feitos a partir da Big Apple antes da cidade entrar em quarentena total (lockdown). A companhia aérea diz que a coordenação foi perfeita e que todos os tripulantes e pilotos trabalharam muito para o voo decolar a tempo, o que acabou acontecendo.
Após chegar em Nairóbi no dia 26, Daudi e sua tripulação entraram em quarentena voluntária em hotéis próximos do aeroporto. Todos foram testados após o pouso e duas vezes nos dias seguintes, dando negativo para o Covid-19.
Porém, no dia 29 o comandante começou a apresentar febre e dor de garganta, quando foi levado para o hospital, onde outro teste foi feito e, desta vez, resultado em positivo para o Covid-19, três dias depois ele veio a falecer no hospital.
“Ele testou positivo no 8º dia após fazer o seu primeiro teste em Nairobi” disse o irmão de Daudi, Arnold Kibati, ao canal NTV Kenya Nation.
Antes de ir para Nova Iorque, o comandante teria feito um bate e volta para Roma na Itália, também numa repatriação, na época em que o país era o epicentro da pandemia. Uma parte da tripulação desse voo também testou positivo nos dias seguintes, mas nenhum está em situação grave.
Na saída do corpo do hospital para o velório, comissários e pilotos da Kenya Airways fizeram um corredor para dar um último adeus ao comandante, que agora é apresentado como herói no país.
Antes de voar na companhia aérea, Daudi era Major da Força Aérea local. Não está claro se o piloto contraiu o vírus em Roma, Nova Iorque ou até mesmo em voo, apesar desta última possibilidade ser mais remota.
